O jornalista lembra que faltam 40 dias para a votação no dia 3 de outubro, o que 'é bastante tempo em política'. Mas nota que, no momento, é difícil acreditar na vitória do tucano José Serra. Wheatley diz que a campanha do candidato do PSDB está 'desordenada'. Segundo ele, o oposicionista parece concorrer com base em apenas um assunto: seus sucessos como ministro da Saúde, há uma década, e seus investimentos em saúde como prefeito de São Paulo e governador do Estado.

O artigo cita ainda o fato de Serra ocupar tempo da campanha acusando o presidente da Bolívia, Evo Morales, de não fazer o suficiente para combater o narcotráfico para o Brasil, além de acusar o PT de vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo Luiz Inácio Lula da Silva de censurar a imprensa. O jornalista escreve, porém, que o País é um dos 'menos censurados do mundo'.

'Nada disso tem a ver com seu programa de governo', diz o jornalista, referindo-se a Serra. 'Na verdade, é difícil saber qual é o programa dele', afirma. 'Deveria ser continuar a reforma do Estado brasileiro iniciada nos anos 1990 por seu colega de partido, Fernando Henrique Cardoso. Ao invés disso, Serra deixou que Dilma se posicionasse como a campeã da ortodoxia e da responsabilidade fiscal, insinuando a possibilidade de um 'choque positivo' como o entregue por Lula em 2003, seu primeiro ano no governo.'

Corte

O FT lembra que Lula começou cortando os gastos públicos, permitindo posteriormente que eles se expandissem. 'Os assessores de Dilma estão prometendo reduzir a meta de inflação do governo e aumentar o superávit primário (antes do pagamento de juros - incluindo esses, o governo enfrenta um déficit). Se isso será uma aposta de curto prazo para conquistar os investidores ou o início de uma reforma abrangente, os brasileiros parecem que descobrirão em breve', escreveu Wheatley.